27 abril 2007

Sobreviveríamos sem humor?

O humor é uma arma para se usar contra as hipocrisias do cotidiano.

O humor nos resgata um sopro de dignidade frente à nossa miserável condição humana. Essa condição de seres ignorantes tentando entender qual o sentido da vida.





Nunca havia lido ou visto algo relacionado à piada na religião, até me deparar com esta foto de uma gárgula presente em uma Catedral Alemã. A arquitetura gótica e a data da construção (séc. XIV) me levaram a pensar sobre como o humor era tratado na Idade Média. Pesquisando o assunto, percebi o quanto a maioria das pessoas são ignorantes em relação a esta época histórica, por imaginá-la um perí­odo desprovido de humor. Descobri que, muito pelo contrário, até pela influência do cristianismo, era um tempo onde havia um grande palco para o riso. O bom humor foi incentivado por ninguém menos que São Tomás de Aquino, em seu "Tratado sobre o Brincar", no qual ele trata o "Brincar" como uma virtude, necessária ao descanso da alma. O Tratado em si é uma análise dos escritos de Aristóteles em "Ética a Nicômaco", e na verdade São Tomás pouco acrescenta aos dizeres do filósofo grego, que também se interessou pelo tema. Voltando à foto, gostaria de ser historiadora para tentar entender o contexto que fez com que esta gárgula em posição constrangedora fosse escolhida para enfeitar o telhado de uma catedral famosa. Mas devido aos meus limitados conhecimentos de história, fico com as suposições propostas pela REVISTA MONDANA, as quais podemos ler na própria foto.





*:Sobre o humor na Idade Média: Luiz Jean Lauand



**Revista Mondana: Publicação sazonal da Editora Idéias Bizarras, de Belo Horizonte (infelizmente, não pude saber se a revista ainda existe, eu acho que foi extinta). Esse único exemplar - do verão de 2006 - que li de cabo a rabo, achei espetacular.

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Em tempo, a transcrição da revista:
"Uma das gárgulas mais controversas de que se tem notícia está na Catedral de Freiburg Münster, na Alemanha. Ao invés de cuspir água pela boca, a escultura proporciona o escoamento pelo ânus. A peculiaridade nos faz pensar: (1) a gárgula estaria nesta posição comprometedora com a intensão de expulsar de forma mais explícita o "mal" para fora da igreja? ou (2) seria uma vingança do escultor pelo atraso no pagamento dos serviços?"

13 comentários:

Vivien Morgato : disse...

ana Paula, eu vi uma apresentação sobre contos eróticos-humorísticos que faziam um grande sucesso na idade média. As pessoas encontram brechas e utilizam essa brechas sociais e culturais das maneiras mais criativas e insólitas.
Adorei o gárgula...rs

Ana Paula Montandon disse...

Vivien,
Está certo! O humor é um antídodo pra muitos males. E pessoas que possuem o dom de fazer rir são, muitas vezes, melhores que médicos. Eu não tenho esse dom. Meu marido o tem, e esta foi uma das coisas que me cativou quando o conheci. Beijinho.

Fernanda disse...

Bom dia Ana,
mas que gárgula mais estranha! Então, colocada numa catedral é estranho ao quadrado!heheheh...
As gárgulas são sempre assustadoras,ignoro porquê mas tem certamente um objectivo e esta também é, de uma forma obtusa.
Quanto ao humor da idade Média, nunca tinha pensado nisso; mas dizem que em tempos de crise o humor é um escape e nessa época da história a vida era extremamente difícil. Entre pestes, perseguições religiosas,invasões de hordas bárbaras e fome o povo ainda ria????!!!
Boa semana!
Bjs.

Blog da Mélica disse...

Que interessanteeeeee!!!
Humor na vida é a base de uma vida feliz!;)
Beijos e tenhas um ótimo dia.

Ana Paula Montandon disse...

Fê, concordo: acho que as épocas ruins são as mais férteis para gerar o humor! Beijinho!

Mel,
Um ótimo dia pra você também!

valter ferraz disse...

Ana Paula, essas gárgulas são interessantes. Eram forma de protesto quanto ao "status quo". A maneira que o artista achou para expressar o inconformismo.
De qualquer forma tem o lado artístico, não?
Ah! deixa eu comentar aqui o post debaixo aquele sobre o tempo:
As crianças são muitos suscetíveis à nossa presença, da mãe mais ainda. E a maneira encontrada por Davi foi acionando seu mecanismo de defesa. E conseguiu.
Mas é sempre bom policiar quanto ao uso do tempo. Ele passa, o filho cresce e vc fica se perguntando: o que eu fiz de minha vida? É sempre bom rever nossa rotina.
Parabéns pela percepção.
Um abraço grande

Telejornalismo Fabico disse...

*



huáhuáhuáhuáhuáhuáhuháhuá

imgina em dia de tempestade o que deve sair d'água por aquele buraquinho.

hilário.

eu aguento quase tudo nessa vida.
mas gente mal-humorada não dá.
quem não sabe rir de si mesmo nem dos outros eu quero distância.
olhar o mundo com olhos de velório não é pra mim.



*

Ana Paula Montandon disse...

Valter,
Pois é amigo, eu gosto de ser mãezona do Davi. Chego do trabalho e sempre vou brincar com ele. Aí, quando eu faço uns compromissos a mais ele trata de puxar minha orelha, ao modo dele. Mas eu gosto de ficar com ele e curtí-lo. Hoje eu abdico de muitas coisas para ter este prazer.
Um beijo grande!


Sean,
que bom que você veio aqui. Sempre via seus comentários em outros blogs e não me liguei que você também tinha um. Agora estarei sempre por lá. E sempre com bom humor, tá?

Michel Montandon disse...

Maninha, maninha. Seu Blog tá muito legal !

Ana Paula Montandon disse...

Oi Michel,
tô com saudades, heim! Espero que esteja bem aí.
P.S. Retoma o seu blog, menino!

Babs disse...

Ana Paula, adoro seus textos! Já li este faz um tempo, mas o danado (tempo) tem me escapado quando pretendo fazer um comentário à altura...
Adoro suas visitas no meu blog, obrigadim viu?
Estou te convidando para uma brincadeira, depois passa no meu blog para ver?
Bjim

Blog da Mélica disse...

Vim te desejar um Feliz Dia das Mães! Que tenhas um ótimo domingo!! Beijos.

Ana Paula Montandon disse...

Babs, será que ainda dá tempo?

Mel, Obrigada!