22 março 2007

O dia em que Platão defendeu Sabrina Sato

_Estamos aqui, diretamente de um Centro Espírita, onde uma entidade auto denominada “Platão” incorporou-se em um cidadão comum. Esta entidade apossou-se do corpo do pobre sujeito há cerca de um mês, e desde então tem-se proposto a explicar, utilizando a dialética platônica, vários temas de interesse do cotidiano.
_Hoje ele irá falar sobre o preconceito em relação às loiras burras. Foi convidada para participar do diálogo filosófico a repórter Glória Maria, do Fantástico.
Eis que se inicia o diálogo...
G.M: _ Boa Noite! Sr... Platão...er.. antes de entrarmos no tema polêmico das loiras burras, eu gostaria de confirmar... Você é, realmente, o espírito do filósofo Platão, morto há quase 2500 anos??
P.: Minha cara, se tu duvidas sobre a pessoa que eu represento, que diferença irá fazer eu mesmo lhe responder que sim ou que não?
G. M.: Er... acho que não teria sentido esta pergunta... Mas, por que então você, cujas obras são a base do sistema político moderno, deu-se ao trabalho de sair do seu descanso eterno para falar sobre um tema tão popular quanto esse?...
P.: Qual seriam, acaso, as preferências de debates de noventa e nove por cento da população atual? Dirias tu que são temas elevados, repletos das grandes questões da humanidade, ou seriam temas desprovidos de importância filosófica?
G.M.: A segunda opção, com toda certeza...
P.: E o que tu mesma propuzeste, ao idealizar o quadro “ser ou não ser”, no programa que apresenta? Acaso não querias aproximar os ignorantes dos grandes pensadores, tratando temas cotidianos?
G.M.: Certamente era isto que eu desejava...
P.: Então, por que não seria correto eu tratar um tema de grande interesse popular para difundir minha obra, tão esquecida, a um maior número de pessoas?
G. M.: Tem toda razão. Mas de que forma poderíamos relacionar sua obra com as loiras burras?
P.: Utilizando, por exemplo, meu conceito de Justiça. Tu, certamente o conheces...
G. M.: Er...desculpe! Gente, alguém pode me ajudar... Ah, “Dar a cada um o que lhe é de direito, conforme sua natureza e segundo sua necessidade.”
P.: E, partindo-se deste princípio, qual seria a natureza de uma loira burra?
G.M.: Por favor, os homens da platéia, podem responder?
Platéia: Linda, Gostosa, Peituda...
P.: Acaso alguém pensaria também em outras características, como: exímia em dedução de fórmulas matemáticas, analista econômica, ou prêmio Nobel de Física?
Todos: Hahahahaha...
Platão: Pois bem, porque quereis então que as tais loiras gostosas sejam algo além de sua própria natureza, o que já o fazem com bastante propriedade?
G. M.: Mas Platão, você não acha um absurdo uma mulher pública, como por exemplo, uma das mais recentes loiras: a Sabrina Sato, que ao ser interrogada por um repórter sobre se a mesma era realmente burra ou apenas fazia tipo, ter respondido que “Sim, sou burra mesmo. E tenho ganhado um bom dinheiro com isto!”. Você não acha que isto seria uma coisa condenável, um mau exemplo?
P.: Minha cara Glória, acaso cobra-se dos grandes intelectuais um ideal de beleza física? Fazeis vós piadas a respeito do cabelo horrível daquele matemático, ou rides da flacidez muscular daquele premio Nobel de Física?
G.M. (pasma): Creio que não...
P.: Pois creio que por analogia também não poderíamos cobrar das loiras o que não é nem sua natureza nem sua necessidade.
G.M.: Olha, confesso que estou perplexa...
P.: Agora, com sua licença, retirar-me-ei. Voltarei mais tarde, conforme for o andamento de meus esforços póstumos para com a humanidade.

O moribundo sujeito estremece e cai, adormecido.

Glória Maria esquece o comentário final que havia preparado pra fechar o Diálogo- Entrevista.

Diante de seu mutismo, o câmera-man fecha a cena e a equipe de T.V. entra com os comerciais.

7 comentários:

Anônimo disse...

?!?!?!?

Fernanda Sampaio disse...

Bom dia Ana,
confesso que estou um pouco como o Leonardo, rsss
Explica-me o que foi isso? Não é a sério, pois não?
Nem sei quem é Sabrina Sato, talvez isso faça sentido para um brasileiro...
De qualquer modo isso da loura burra é mito, há muitas louras inteligentes, com trabalhos intelectuais, assim como há morenas muito burras...Parece-me evidente.kakakak...
Bom fim de semana!
Bjs.

Ana Paula Montandon disse...

Fernanda,
Sabrina Sato é uma ex-modelo que faz um programa cômico.
E o post é uma PIADA mesmo. Nunquinha que eu ia interpretar Platão desta forma se não em uma grande gozação...
Aqui "loira burra" é um jargão para mulher bonita e burra. E eu não estou nem contra nem a favor delas, cada um que viva conforme seu gosto, não?

Babs disse...

Hahahahahahaha... Tadinho do Platão...

valter ferraz disse...

Ana Paula, Glória Maria não seria capaz de fazer perguntas tão profundas.
Acho que quem entrevistou o ilustre filósofo foi mesmo a Japinha loira, viu?
Um beijo

Ana Paula Montandon disse...

Valter,
não sei se estava maluca ou muito maldosa quando fiz esse post...rsrsrs. Que bom que esteve aqui!

Territoriu:Humanitate disse...

Acho que sua piada (como vc mesma disse) foi muito interessante para expor certos pontos do platonismo.
Cumpriu o que propôs, e de maneira
bem agradável.
Abraço.